Héctor Zamora | Dinâmica não Linear

2016 - finalizado

De caráter original, arquitetônico e geométrico, a obra do mexicano Héctor Zamora se constrói com frequência a partir desses recursos, convidando a uma reflexão sobre os temas econômicos e ideológicos. Conhecido por seus trabalhos site specific em grande escala, que frequentemente incluem a participação do público, uma parte importante da obra do artista pode ser vista no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (CCBB SP), na mostra Héctor Zamora | Dinâmica não linear, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, organização e produção SCULT | Consultoria, e coordenação geral da Base7 Projetos Culturais.  A exposição é uma importante iniciativa de valorização e de debate da arte contemporânea internacional, que disponibiliza ao público uma produção atual e instigante.

A mostra, com 24 obras do artista entre videoinstalações, desenhos, esculturas tridimensionais de concreto e tijolos, fotografias, registros de atividades e uma performance em grande escala chamada Ruptura, concebida especialmente para o vão do CCBB SP – onde será realizada e onde ficarão os registros da obra – marca a volta do artista a São Paulo, onde residiu por vários anos, antes de mudar-se para Lisboa no início de 2016.

O panorama que a exposição apresenta abrange trabalhos produzidos entre os anos 2000 e 2016, a grande performance Ruptura, obras site specific do começo da carreira que foram recriadas para a ocasião seguindo os mesmos princípios originais, que previam a adaptação ao lugar onde a obra é instalada. Nesse sentido, o trabalho de Zamora ultrapassa o espaço expositivo e dialoga com o público de maneira sutil, propondo reflexões de ordem social e político. A exposição ocupa os quatro andares do CCBB SP. O quarto e o segundo andares são ocupados por núcleos de obras de períodos distintos aproximadas com o intuito de mostrar as relações e ressonâncias no trabalho do artista ao longo dos anos. São trabalhos como os registros de Sciame di dirigibili [Enxame de dirigíveis], trabalho apresentado em 2009, na Bienal de Veneza, no qual o artista cria uma lenda urbana sobre a tomada do céu da cidade por uma invasão de dirigíveis; a instalação Modelo econômico onde o artista sugere com ironia que a economia informal se converta em um modelo paradigmático; e o registro da performance Ordre et progrès, realizada este ano em 2016, no Palais de Tokyo (Paris), onde o artista faz uma critica sutil a qualquer noção de exotismo.

O terceiro e o primeiro andares apresentarão grandes video-instalações como Inconstância material, onde o artista subverte as relações de poder convencionais, ao colocar o trabalhador no centro das atenções do público e ao mesmo tempo isolando na engrenagem produtiva um espaço para o jogo e a criatividade, marcado aqui pelo canto/poema Gigante, composto por Nuno Ramos.

No térreo, os registros da performance Ruptura, concebida especialmente para o vão do CCBB SP.

O ARTISTA
Héctor Zamora ficou internacionalmente conhecido nos últimos anos por uma série de intervenções no espaço público, além de performances em instituições icônicas como o Palais de Tokyo, em Paris, onde realizou em 2016 uma ação mostrada em vídeo no CCBB. Sua produção está em constante evolução e, com frequência cada vez maior, convida os visitantes à interação. A justaposição de trabalhos de momentos distintos da sua trajetória torna evidentes também algumas preocupações constantes na poética de Zamora, em especial a maneira como formas geométricas, aparentemente rígidas e abstratas, tornam-se veículos de interação espontânea ou de reflexão sobre o funcionamento das estruturas sociais. 
Nascido na Cidade do México em 1974, Héctor Zamora estudou design gráfico na Universidade Autônoma Metropolitana, em 1998, e se interessou mais tarde na criação de estruturas em espaços públicos. Entre suas exposições individuais estão: Inconstância Material, Luciana Brito Galeria, 2012; White Noise, Auckland Arts Festival, Nova Zelândia, 2011; Paraísos Ofrecidos, El Eco, Cidade do México, 2011; e Errante, Itaú Cultural, São Paulo, 2010. Em exposições coletivas em vários países, o trabalho de Zamora esteve presente: Resisting the Present: Mexico 2000/2012, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, França, 2012; 32° Panorama da Arte Brasileira, São Paulo, 2011; Bienal de Liverpool, Reino Unido, 2010; 53ª Bienal de Veneza, Itália, 2009; 27ª Bienal de São Paulo, Brasil; 9ª Bienal de Havana, Cuba, 2006; e Eco: Arte Mexicano Contemporáneo, Reina Sofía, Madri, 2005.

SERVIÇO
Héctor Zamora | Dinâmica não linear
02 de novembro de 2016 a 02 de janeiro de 2017
Centro Cultural Banco do Brasil | CCBB SP
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro 
(próximo às estações Sé e São Bento do Metrô)
Horário de funcionamento: de quarta a segunda-feira, das 9hs às 21hs
Entrada Franca - Agendamento realizado pelo sistema Ingresso Rápido – aplicativo disponível para Android ou IOS ou site 
www.ingressorapido.com.br.